Não posso deixar de dar a minha opinião sobre a questão da maternidade/ vida profissional. Estava a ler este blogue que gosto muito e é impressionante como ainda há pessoas que criticam as mulheres que não querem ficar em casa depois de serem mães e que sentem vontade de ir trabalhar. Parece que aos olhos destes seres somos más pessoas, egoístas e coisas ainda piores.
Eu acho que cada mãe deve fazer o que quer e o que pode. Muitas se calhar gostavam de ficar em casa, mas não têm possibilidades para isso.
Depois de ter tido o A., ainda em licença de maternidade, comecei a sentir a angústia de ter de regressar ao trabalho. A minha licença era apenas de 3 meses - ainda estava como trabalhadora independente - e eu achava que não ia conseguir deixar o meu piolho, mesmo sabendo que ele ia ficar em muito boas mãos, com a minha mãe. Ainda ponderei ficar em casa a tomar conta dele, mas rapidamente percebi que sentia muita falta do meu trabalho - que adoro - e de voltar à minha rotina. Era mãe, coisa mais maravilhosa não há, mas eu continuava a existir e não me sentia com personalidade para ficar em casa a cuidar do meu mais que tudo e das tarefas domésticas - sim, na hipótese de ficar em casa teria de dispensar a minha querida G.
Ainda bem que não o fiz e que regressei ao trabalho. A primeira manhã custou imenso, mas depois soube-me bem. Muito bem. Sabia que ele estava lindamente e a mim sabia-me bem aquela liberdade. Tinha dedicado 24 sob 24 horas dos meus dias dos últimos 3 meses ao meu filho e era bom voltar a sair à rua sem carrinhos, sacos, fraldas, biberões... E o momento de chegar a casa e pegá-lo nos braços era maravilhoso, dava-lhe logo de mamar e deliciava-me a olhar para ele. A única coisa que tive pena neste processo é que deixei de amamentar em exclusivo, apesar de ter dado de mamar até aos aos 8 meses, altura em que pela morte inesperada do meu pai me secou o leite.
Aos 9 meses foi para a creche e adora! É um bebé super simpático, bem disposto e sociável. Não estranha nada nem ninguém e adora brincar com outras crianças. E eu fico feliz por ele estar bem - é fundamental termos confiança absoluta na creche - e adoro quando o vou buscar e ele fica feliz por me ver ou quando saio mais tarde e ele já está na minha mãe, e sei que já andava há algum tempo a ir para a porta da rua a perguntar por mim. Que festa fazemos um ao outro!!
E ao fim de semana é a loucura total em que estamos mais tempo juntos e disfrutamos ao máximo.uns dos outros. Claro que às vezes gostava de estar mais horas com ele durante a semana, mas sei que assim é o melhor para todos. Não se pode ter tudo, não é?
Cada mãe é diferente, mas o importante é que seja feliz, pois só assim poderá fazer o seu filho e a sua família feliz.
P.s: Desculpem lá o testamento, mas foi do coração
E ainda havia tanto para dizer
E ainda havia tanto para dizer
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