É pena que uma decisão tomada em conjunto há 11 anos, tenha agora uma factura tão pesada para apenas um dos lados. É pena que o divórcio traga o pior das pessoas ao de cima. É pena que o dinheiro tenha o peso que tem. É pena que pessoas que estiveram casadas mais de 20 anos venham a descobrir que não conhecem a pessoa com quem tiveram casadas.
A S. foi mãe aos 40 anos. Por decisão dela e do marido deixou de trabalhar – trabalhava em televisão mais de 14h por dia – e dedicou-se ao filho, à casa, à família e ao cão. Não trabalhava, logo não recebia, mas pouparam em empregada e o facto de estar em casa permitia que o marido trabalhasse que nem um louco e investisse na carreira. Não só tratava da casa dela, como ajudava a mãe e todos nós sempre que precisamos. Está sempre disponível. Seja para ficar com os nosso filhos, seja para ficar a controlar a obra lá de casa, para nos levar o jantar quando estamos doentes ou para nos fazer um almoço de domingo para nos reunirmos em família. Entrou na minha vida há uns 8 anos, mas é quase uma segunda mãe para mim, e custa-me ver que agora que o marido decidiu que se queria divorciar ela esteja a viver um tormento porque não tem dinheiro e porque precisa de voltar a trabalhar com 50 anos e numa altura de crise como a que atravessamos. Há 11 anos, quando tudo estava bem, a decisão foi tomada a dois, agora, é cada um por si, com a mulher a ser penalizada como se estivesse estado os últimos 11 anos de papo para o ar sem fazer nada…
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