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Ter mais filhos ou não ter, eis a questão!

Concordo com tudo ou quase tudo o que diz o Henrique Raposo nesta crónica. Claro que deveria haver mais apoios para facilitar o dia a dia dos pais, mais infra estruturas de apoio às famílias, mas concordo com o que o Henrique Raposo diz e também penso que quem quer ter vários filhos tem e que não são as medidas agora apregoadas que vão fazer aumentar a natalidade. Essas medidas vão ajudar, e muito, quem já decidiu ter uma família grande. Penso que já partilhei aqui com vocês mais do que uma vez a minha opinião e o que eu acho é que é a vontade casal e a nossa paciência que determina o número de filhos que decidimos ter. 

Conheço pessoas com 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 filhos e não pensem que quem tem mais filhos são os que têm mais dinheiro. São, sim, os que escolheram ter uma família grande. O meu marido vem de uma família gigante. É o oitavo filho no meio de mais de 70 primos direitos, uma vez que os 7 irmãos da minha sogra e os 8 irmãos do meu sogro todos tiveram imensos filhos. Acham que o meu marido tinha roupas novas? Acham que lhe deram um carro aos 18 anos? Acham que tinha um quarto só para ele? Claro que não. Mas tinha imensos irmãos em casa, férias com 20 ou mais primos a brincar na mesma quinta e uma diversidade que só uma família grande pode oferecer. 

Eu só tenho uma irmã e os meus pais tinham condições económicas para ter mais meia dúzia, mas também eles vinham de famílias pequenas e lá decidiram manter a tradição. Fui à Disney de Orlando com 6 anos, tive sempre roupas da cenoura e das lojas da moda da época, tirei a carta e deram-me um carro aos 18, andei sempre em colégios privados até ter dado o grito do Ipiranga e ter ido para o liceu!! E nunca fui tão feliz!

Sempre sonhei com uma família grande. E adorava ter mais um filho, pelo menos. Mas lá está, não sei se tenho energia e paciência. A roupa e todos os acessórios estão cá. A IPSS onde eles andam é fabulosa e não a trocava por nenhum colégio xpto, a escola primária para onde quero que eles vão é fantástica e é pública, o quarto deles é grande e cabe um beliche para 3, mas eu faço este ano 36 anos e o meu marido 39 e às vezes sinto que nos falta tempo e disponibilidade mental para mais um filho. Ainda não fechei a loja, mas não sei se a família não está já completa. 

E não vão ser os possíveis apoios que o estado pondera dar que nós vão fazer decidir ter mais um filho. Será a nossa vontade. E eu acho que é essa vontade que é determinante para o número de filhos que um casal decide ter.

Comentários

  1. Claro que as condições são importantes, mas é óbvio que não são a única condicionante! Eu vejo-me perante o impasse de tentar ter já outro filho ou saber que se não tiver agora só devo voltar a tentar daqui a 1,5 ou 2 ano! E porque? Porque vou passar por uma fase de insegurança profissional daqui a um ano. A questão é q neste momento sinto-me demasiado assoberbada de trabalho e cansaço para tentar o segundo (e lidar com a frustração de não conseguir)...

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    Respostas
    1. Obrigada pela tua partilha. E claro que a situação laboral do casal é fundamental e o desemprego é um grande problema nos dias que correm e em que a instabilidade também é grande. Mas se esperamos pela altura certa ela nunca chega, pois poderíamos estar sempre melhor. Bjs

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  2. Eu acho que a vontade dos pais é o mais importante. Aqui o assunto está arrumado, não tenho saúde nem paciência para mandar vir mais um filho. Estas já me dão trabalho de sobra e não estou para condicionar a nossa vida para ter mais um filho. Já perdemos anos e saude até ter nascido a Madalena, foram anos em que não vivemos, anos em que vivi á beira do abismo. Agora com 2 filhas com 8 e quase 7 anos está na altura de aproveitar os anos que perdemos, queremos passear, sair sem carrinhos atrás, sem a preocupação das fraldas … acho que tudo tem uma idade própria e essa fase eu já passei.
    Bjos

    Maggie

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  3. Concordo contigo quando dizes que as condições económicas das famílias não são necessariamente fator preponderante.
    Eu sou filha única mas cresci rodeada de primos, no entanto sempre adorei quando podia brincar sozinha e gosto de viver sozinha. Não tenho filhos por opção. Acho que num estado democrata e social têm, devem existir apoios facilitadores da gestão das famílias. Infelizmente estamos longe disso nas mentalidades dos empresários de manga de alpaca, que acham que gerir pessoas é uma espécie de escravatura e também longe disso em termos políticos, apesar de atualmente os nossos governantes parecerem mais despertos para o tema.
    Investir na educação é investir no futuro, um país onde as crianças passam fome e não vão à escola, é um país seriamente comprometido.

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