Avançar para o conteúdo principal

Quando os nossos filhos não querem comer!

O meu filho mais velho é mau para comer. Desde que deixou de mamar em exclusivo aos 4 meses, porque eu tive de ir trabalhar, deixou de ter percentil. Foi automático. A introdução das papas e das sopas correu mais ou menos, mas depois alimentá-lo passou a ser um inferno. Eu desesperava horas com ele à mesa. Fazia tudo para o distrair e ele comer. E ele não comia. E as refeições, durante a semana praticamente o único tempo em família, eram um pesadelo. Gritos, choro, birras e comida zero. O pediatra dizia para eu não me preocupar. Que ele estava bem. Que era de comer pouco. Dormia muito para repor a energia, mas não comia muito. Eu que não preocupasse que ele tinha um desenvolvimento extraordinário e que era a estrutura dele. Mas eu, mãe de primeira viagem, achava que ele ia morrer de fome. 

Ainda hoje, a chegar aos 5 anos come pouco, muito pouco. Já tem um percentil de peso a rondar os 10/15, mas eu é que aprendi a lidar com as questões da alimentação de outra forma. Nasceu o Afonso, há 18 meses, e era um comilão! Dava gosto. Mamava, mamava, comia sopas, fruta, prato e mais que fosse. Nunca foi gordo, também no percentil 10/15 de peso, mas a comer com gosto. Mas depois, isso mudou. 

Esteve quase uma semana sem querer comer, stressei um pouco, mas depois relaxei e, acima de tudo, não lhe passei esse stress e não o forcei a comer. Custava-me que o meu único filho que comia bem deixasse de o fazer, mas resolvi não valorizar. Estar atenta, sim, a falta de apetite podia denotar algum problema, mas não era nada disso. Na escola também comia com menos gosto, mas lá ia comendo.

E hoje em dia, tem dias em que come lindamente e outros em que diz que não quer comer. Eu pergunto e se ele diz convictamente não, eu não insisto. Tiro-o da mesa e não o obrigo a jantar. Claro que me custa, mas sei que são fases. E que nesta altura de descoberta do mundo há coisas muito mais interessantes para fazer que comer. E nuns dias come melhor, noutros pior, mas eu é que não quero passar horas à mesa numa luta inglória de os forçar a comer. 

Claro que se não comem, não há bolachas nem cereais nem nada. Mas eles nunca foram desses alimentos e quando não comem é porque não têm mesmo fome. 

Claro que o mais velho nunca quer jantar, por isso, com ele as regras são um pouco diferentes e tem de comer sempre a sopa e um pouco de resto e de fruta. Tudo em pequenas doses, mas tem de ser.

Custa imenso quando os nossos filhos não comem, fazemos tudo para os distrair e para os obrigar a comer, mas a certa altura as refeições tornam-se um circo. E é asneira. A certa altura já é um braço de ferro entre eles e nós. E como me disse o pediatra, na guerra das refeições, eles ganham sempre e nós ganhamos nervos e cabelos brancos.

Se há por ia mães a desesperar, tenham calma e falem com o pediatra. E se ele diz para desvalorizar, desvalorizem. As crianças não morrem de fome com comida à frente. E se as avós ainda desesperam mais que nós, desvalorizem. E não transformem as refeições num inferno nem lhes criem aversão à comida. 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Aos senhores do bebegel

Deviam vender embalagens com Bebegel... Ou sem bebegel... Só mesmo as embalagens vazias. Escusava de ter de deitar o produto fora. Falo por mim, mas acredito que muitas mães e pais deste país iriam comprar!!

A Bimby Toy!

Esteve guardada desde o dia em que comprámos a nossa Bimby - há uns 3 anos - e recebemos a Bimby Toy como presente. Afinal de contas, o nosso filho era muito pequenino para este brinquedo. Mas no fim de semana falei dela ao meu filho mais velho - depois de um domingo divertido na cozinha a fazer um bolo para um amiguinho da escola que lá ia lanchar a casa - e ele quis logo ver. Ia correndo mal porque eu não tinha as pilhas certas para a máquina, mas ele compreendeu e aceitou. E agora vamos comprar as pilhas e pôr a Bimby das crianças a funcionar.  Não aquece nem corta, mas dá para fazer algumas receitas simples e divertidas! Todos os botões são operacionais, o indicador LED de temperatura e o visor são iluminados. Inclui a Varoma, espátula, peça para bater, copo graduado e lâmina misturadora em plástico – numa versão pequena para os mais pequenos. Funciona a pilhas, sem cantos ou arestas aguçadas. Para cozinheiros pequenos, mas cheios de estilo: uma “Bimby brinque

Oftalmologista Pediátrico

A vermelhão no olho do meu filho estava pior e parecia estar a começar a afectar a pupila. Eu sou uma mãe descontraída, mas uma vez o pediatra ralhou-me quando o arranhei na vista e não o levei a ser visto por um especialista. Desta feita, depois de uns dias a soro sem resultar lá fomos a um oftalmologista pediátrico e foi um encanto (principalmente porque estava tudo bem). Um médico fantástico, que começou logo a brincar e a ganhar a confiança do meu filho e começaram logo aos fives. (E não pensem que o médico é novo, pois tinha idade para ser avô do meu pequenote). Examinou-o lindamente, incluindo com líquido de contraste e o  meu filho foi um campeão... Palavras do médico que diz que aquelas gotas doem para caraças! Parece que é só uma inflamação, vamos aplicar umas gotas e voltar lá dentro de 10 dias para nova observação. Como se portou tão bem dissemos-lhe que ele tinha direito a gelado e ele convidou logo o seu novo amigo para vir connosco… É um sociável bem disposto, este m