Muito se fala e discute sobre a amamentação... Deixo aqui a minha perspectiva, ou melhor, as minhas três perspectivas... Já que foram experiências diferentes. No meu primeiro filho comecei por amamentar
por convicção, queria mesmo amamentar o meu filho porque achava que era o mais
natural e o melhor para o meu bebé. Adorei amamentar, correu tudo bem, não tive
mastites nem dores, tive apoio à amamentação no centro pré e pós-parto de entre campos na subida de leite, falei com conselheiras de aleitamento materno, e
amamentar era sinónimo de felicidade, era prático. Funcionava para mim e para o
meu bebé. Era novidade para mim, claro, mas foi uma “dança” que passando as
inseguranças iniciais correu muito bem. Eu era feliz a amamentar o meu filho e
ele crescia bem e saudável. Mamou em exclusivo até aos 4 meses, que eu
entretanto comecei a trabalhar e não me dava jeito tirar leite a meio do dia e
deixou de ser prático, já não funcionava para mim… Introduzimos a sopa, o
biberão e a amamentação acabou por cair. No segundo filho, correu tudo ainda
melhor. Era um bebé “mamão” e eu já tinha outro à vontade e destreza a dar de
mamar em todo o lado, a toda a hora, sem regras, sem contar as horas, em regime
livre. Para mim, dar de mamar era sinónimo de liberdade, de sair de casa sem pensar
na comida do bebé, era menos uma coisa no saco. E o meu bebé crescia a olhos
visto, feliz e saudável. Mamava e dormia. Mamou até aos 6 meses, altura em que
fui trabalhar e foi mais difícil conciliar a amamentação com o trabalho. No
terceiro filho, achava que ia ser tudo tão fácil e simples como nos outros. E se
para mim amamentar era natural para a bebé ainda mais. Mas a subida de leite
foi tramada e a sorte foi a enfermeira do serviço de neonatologia onde a minha
bebé esteve internada logo nos primeiros dias. Além da subida dolorosa, a minha
filha não mamava o suficiente, desidratou por causa dos tratamentos de fototerapia e teve de começar a beber biberão,
como suplemento. Depois consegui voltar à amamentação em exclusivo e correu lindamente.
Amamentei-a até aos 11 meses e só parei quando já não me apeteceu mais, já
estava a trabalhar há 2 meses e já só amamentava de manhã e à noite e ela já me
mordia quando estava a mamar e eu achava que era porque o meu leite já não era
suficiente… Foi a mais difícil de desmamar e a que sofreu mais com este “corte”.
Para mim, dar de mamar foi maravilhoso, não envolveu sacrifícios e foi algo
muito meu e dos meus filhos. Comecei por dar de mamar por convicção, mas acabei
sempre a dar de mamar por amor, por mimo, por comodismo de ter o leite sempre à
mão… Mas apesar de para mim dar de mamar tenha sido um prazer e uma alegria não
sou nada fundamentalista e acho que a amamentação só funciona se a mãe/mulher
estiver confortável e feliz. Para mim amamentar não pode ser um sacrifício, tem
de ser uma coisa boa… Uma mãe que chora de dor e de sofrimento enquanto dá de
mamar porque acha que só é boa mãe se amamentar não faz sentido, pelo menos
para mim…
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